sexta-feira, 4 de novembro de 2011
Nação Rubro Negra em Luto
A Nação rubro Negra está em Luto, Especialmente e Nação Sergipana, A Fla-Glória presta aqui uma pequnena Homenagem a Ari, Um Rubro Negro de Alma, pele, corpo e coração! SRN Grande Ari.
Morre torcedor símbolo do Flamengo em Sergipe
Um dos maiores flamenguistas de Sergipe morre de câncer no intestino
Flávio Antunes e Denise Gomes, do Emsergipe.com
Nesta quarta-feira, 2, morreu em Aracaju o grande símbolo da torcida flamenguista em Sergipe. Arivaldo Luiz da Silva Alves, conhecido como Ari, tinha 46 anos e lutava contra um câncer no intestino, faleceu no início da tarde no hospital São Lucas, na Zona Sul da capital.
Durante o velório parentes e amigos prestaram homenagens ao torcedor. A paixão incondicional pelo clube carioca foi várias vezes destaque em nossos programas esportivos e até em rede nacional.
Ari tinha 29 tatuagens do Flamengo e montou em casa um museu para homenagear o time, o “mengorial”. O amor pelo clube de regatas contagiou toda a família.
O corpo de Arivaldo Luís está sendo velado no cemitério Colina da Saudade, onde será enterrado nesta quinta-feira, 03.
Conheça a paixão de Ari pelo Flamengo e seu famoso "Mengorial - Cantinho do Urubu", em matéria realizada pela repórter Denise Gomes, em abril de 2007:
ISTO É FLAMENGO!
Quando o assunto é futebol, crença, religião ou gosto, realmente não há como questionar ou discutir. Cada brasileiro assume sua paixão pelo time que fez e faz o coração disparar e o corpo todo se arrepiar a cada ataque ou lance de perigo.
Essa paixão é algo realmente alucinante, como diria a música, a bandeira no estádio é um estandarte, a fama pendurada na parede do quarto, o distintivo na camisa do uniforme, que coisa linda é uma partida de futebol!
A rivalidade tão habitual e presente nos gramados é a essência fundamental para o despertar dessa paixão. Ao entrar em campo, as equipes são acompanhadas por uma multidão de técnicos, jogadores, auxiliares e muitos, mais muitos comentaristas, esses, atentos a cada passe, a cada lance, observando tudo “da geral”.
Torcer não é tarefa fácil. Torcer é um ritual, uma crença, uma devoção à arte da pelota, dos campos, das camisas 10, dos mocinhos e vilões que compõe o cenário do planeta bola. Torcer é um ato de amor incondicional, já que a virtude de quem ama o seu time é saber valoriza-lo e exalta-lo mesmo nas derrotas. É vestir a camisa e demonstrar orgulho.
E quando o assunto é torcer e se apaixonar a cada partida pelo time do coração, encontramos um verdadeiro templo dedicado ao Flamengo, o famoso Mengorial Cantinho do Urubu, esse totalmente elaborado nos mínimos detalhes por Ari Alves, um rubro-negro doente! Esse espaço que é o maior acervo pessoal do Flamengo em Aracaju, guarda além da história, todos esses sentimentos que só quem é torcedor pode sentir e compreender.
Ao entrar neste acervo riquíssimo encontramos toda a história das conquistas do Flamengo, bem como personalidades que engrandecem a trajetória do maior clube brasileiro. Segundo Ari, ter esse cantinho dedicado ao clube sempre esteve em seus projetos. “Há muito tempo eu venho planejando tudo isso que está aqui hoje, minha paixão é antiga, vem desde os anos 70, quando conheci o Flamengo. Daí por diante, tudo o que pude recolher sobre o time, desde pôsteres, recortes de jornal e revistas, camisas, acessórios dedicados ao rubro-negro, faixas, fotos de jogadores que fizeram e fazem a história do clube, dentre outras coisas”, revela.
A riqueza de detalhes é algo impressionante para se ter uma idéia até bala embalada com as cores do flamengo ele tem na mesa de centro da sala. A trilha sonora também acompanha a homenagem, o som de Jorge Ben Jor, o qual cantou o Flamengo em diversas canções, embala nossa visita, bem como os vídeos, documentários, e outros registros do clube. Para não fugir à regra, a sala dedicada à memória do clube, só poderia ser batizada também fazendo jus ao Mengão, sendo assim, Mengorial Cantinho do Urubu.
A paixão pelo futebol em especial pelo rubro-negro carioca não tem limites. Ari já percorreu diversas vezes o trajeto entre Aracaju e Rio de Janeiro, mais exatamente do Mengorial ao Maracanã, templo do futebol brasileiro e mundial, e casa do time do coração, para assistir a diversas partidas, dentre essas, algumas muitas finais de campeonato em que o mengão esteve lá para decidir. “Já fui diversas vezes e sempre que há decisão estou lá, sou pé quente! Nunca o Fla perdeu uma decisão quando estive presente, a galera da geral já me conhece e sabe que dou sorte! Me lembro quando o mengão foi tri, uma das finais mais difíceis que já presenciei, quando a coisa apertou mesmo, peguei na tatuagem que tenho do Zico e pedi boas vibrações para que a equipe vencesse, deu certo”, afirma.
Ari dedica uma parte do Mengorial ao craque de todos os tempos e que fez história no clube carioca, nem mais nem menos que o Galinho, Zico. “É uma homenagem a ele que sem dúvidas foi o grande nome do clube, do tempo em que o jogador defendia as cores do time, vestia a camisa mesmo, quando entrava no campo era pura raça, coisa que já não se vê hoje em dia”, diz.
Esse amor pelo Fla não se limita a Ari, toda a família também assumiu essa paixão e o acompanha em boa parte das suas aventuras. Sua esposa Cida e sua filha Ingrid, essa criada desde cedo na cultura rubro-negra apóiam a dedicação de Ari e o cuidado que ele tem com tudo que se refere ao time.
Para Cida que já torcia pelo Fla, essa união só complementou. “Acho muito interessante essa coisa levada tão a sério por ele e para mim só complementou, pois eu já era flamenguista antes de nos conhecermos, foi uma união perfeita”, afirma. “Quando nos conhecemos nem acreditei quando ela me falou que também era Fla, além do mais ela é carioca legítima, realmente foi uma das minhas melhores aquisições”, brinca.
Já a filha que cresceu entre esses apaixonados, não poderia deixar de ser também uma flamenguista nata. “É muito legal poder participar dessa coisa toda, acompanhei meu pai por diversas vezes ao Maracanã ainda pequena e vou sempre que posso, pois agora tem os estudos e aí fica complicado, mas é incrível, só que é flamengo sabe o que é esse sentimento”, completa.
Isto é Flamengo
Flamengo não é somente um clube, uma agremiação esportiva. O Flamengo é uma religião, uma seita, um credo, com sua bíblia e seus profetas maiores e menores. O Flamengo é um amor, uma devoção, uma eterna comunhão de sentimentos.
Por ele muitos deram a vida, alienaram a liberdade, destruíram amizades, arruinaram lares, cometeram homicídios e suicídios. O Flamengo dá febre, dá meningite, dá cirrose hepática, dá neurose, dá exaltação de vida e de morte. O Flamengo é uma alucinação. Deveria ser feita uma Lei Federal, que obrigasse o Flamengo a jogar em todo o Brasil, toda semana, e ganhar sempre.
Quando o Flamengo vence, há mais amor nos morros, mais doçura nos lares, mais vibração nas ruas, a vida canta, os ânimos se roboram, o homem trabalha mais e melhor, os filhos ganham presentes.
Há beijos nas praças e nos jardins, porque a alma está em paz, está feliz. O Flamengo não pode perder, não deve perder. Sua derrota frustra entristece, humilha e abate. A saúde pública, a higiene nacional exige que o Flamengo vença, para bem de todos, para felicidade geral, para o bem-estar nacional.
*Trecho de uma carta, a qual estava em exposição na Gávea, Rio de Janeiro, e hoje integra o acervo do Mengorial, em Aracaju.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário